Há tempos resolvi que iria criar um blog e deixá-lo disponível para acesso público, mas faltava coragem (consequência das minhas limitações com redações), porém, com tanta coisa acontecendo na minha vida resolvi vencer essa barreira e deixar registrado esses acontecimentos para compartilhá-los com meus amigos, familiares e estranhos internautas. Eis que aqui estou.
Como texto inicial escolhi apresentar Lyon, cidade onde estou no momento e onde deverei ficar por pelo menos dois anos a partir de outubro/2010:
São vinte e um séculos de história. Segunda maior cidade da França. Centro gastronômico mundial, grande produtora de vinhos com renome internacional e tendo parte da cidade reconhecida como patrimônio da humanidade pela Unesco. Tem como não se interessar?
Lyon foi fundada no ano de 43 a.C. (muito antes da França pensar em existir) sobre a colina Fourvière, quando a região, banhada pelos rios Rodáno e Saône, foi escolhida pelos romanos para ser a capital das Três Gálias, batizada com o nome de Lugdunum (significado de "monte de luzes" ou o "monte dos corvos"), passando aos domínios franceses somente no século XIV.
Após passar a fazer parte da França pode-se destacar como importantes marcos de sua história, entre outros os seguintes acontecimentos:
Durante a Revolução Francesa, Lyon fez oposição a Convenção Nacional, quando ficou sob cerco durante mais de dois meses antes de finalmente se render, sofrendo fortes agressões pelo exército revolucionário.Mais de 2.000 pessoas foram executadas e vários edifícios foram destruídos, especialmente em torno da Place Bellecour (maior praça pedestre européia). Uma década mais tarde, o próprio Napoleão ordenou a reconstrução de todos os edifícios demolidos durante este período.
Os trabalhadores da seda de Lyon, conhecidos como canuts, encenaram dois grandes levantes: em 1831 e 1834. A revolta 1831 viu uma das primeiras utilizações registradas do negro como um emblema da bandeira de protesto. A primeira ferrovia de funicular do mundo foi construída entre Lyon e La Croix-Rousse, em 1862.Lyon foi um centro de forças de ocupação alemã e também um reduto de resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Foi considerada a capital da resistência francesa, onde abriga o Museu da Resistência, construído na antiga sede da Gestapo. Na época foram utilizados os traboules, ou passagens secretas através das casas, como esconderijos para os franceses e chefes de resistência.Essas passagens, quase imperceptíveis, ficam escondidas atrás de uma porta, como de uma casa ou condomínio, e ligam uma rua a outra. São encontradas atualmente em prédios da Vieux Lyon e Croix-Rousse.E falando em Vieux Lyon, qualquer passeio deve começar por esse antigo bairro onde a cidade começou. Conhecido como Vieux Lyon ou Velha Lyon, em suas ruas estreitas e movimentadas encontramos atrações incríveis como o Museu Internacional das Marionetes, dedicado a Guignol (que nasceu em Lyon e inventou as marionetes), e o Museu Internacional das Miniaturas, que reúne una enorme coleção de miniaturas fabricadas no próprio museu.É lá que se pega a funiculaire (bonde) para subir a Fourvière, onde localiza-se a belíssima Catedral de Notre Dame de Fourvière (uma das mais belas construções góticas da França) de onde se tem uma vista espetacular da cidade.É também lá que encontramos as ruínas do anfiteatro e do odeon, que são a mais antiga ocupação romana fora de Roma, e hoje viraram locais de concertos e visitação. Ao lado das ruínas está o Museu Galo-Romano, com acervo que descortina a origem de Lyon.
A Croix-Rousse, a outra colina de Lyon, tem história diferente. Ela abrigou a indústria da seda no século XVI, principal fonte de renda da cidade na época, onde ficou conhecida como a capital mundial da seda. Ainda hoje tem grande representação na indústria têxtil do país.
Lyon é o segundo maior centro de negócios do país, recebendo destaque nas áreas industrial e cultural.
A gastronomia é um capítulo a parte e que ainda merecerá textos individuais, mas já vale destacar que o lyonnais de orgulha de sua gastronomia, pois a cidade é considerada o centro gastronômico do país, possuindo pratos diferenciados e um grupo grande de chefs ligados especificamente a chocolates.
E aí, não vale a pena mesmo?!