quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ainda Martha


"...É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. O rompimento mantém todos respirando:eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes. É uma morte experimental: um ensaio para você saber o que significa a morte ainda estando vivo, já que quando morremos de fato, não saberemos.
Então é isso que começo agora, minha trajetória de morta-viva, com algumas horas mais mortas, outras mais vivas, dependendo do que me chega, se um convite para uma balada ou uma lembrança corrosiva que me abate e me destrói. A cada meia hora um estado de espírito diferente.À noite, meu cansaço é igual ao de um maratonista, é como se eu tivesse atravessado dezenas de quilômetros, entre subidas e descidas. Mas ao contrário do que acontece nas atividades físicas, as descidas são as que mais consomem minha energia..."

(Trecho do livro Fora de Mim - Martha Medeiros)

Ainda escreverei como ela...


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